Da carta “Quo Durior” de Pio IX, ao Senador de Cannart d’Hamale e a toda a Federação dos Círculos Católicos da Bélgica, de 8 de maio de 1873:
“Com o fim de não somente fazer malograr esses esforços da impiedade, mas também de ligar a Nós os fiéis por laços constantemente mais estreitos, vós colocais em comum vossas luzes, vossas forças, vossos recursos. O que mais louvamos nessa empresa cheia de piedade é que estais, segundo Nos informam, repletos de aversão pelos princípios católico-liberais, que vos esforçais por apagar das inteligências tanto quanto está em vosso poder.
“Os que estão imbuídos desses princípios podem fazer profissão de amor e respeito à Igreja e aparentar que empregam em sua defesa os próprios talentos e trabalhos; entretanto, estão empenhados em perverter-Lhe a doutrina e o espírito, tendendo, segundo as disposições de cada um, ao servilismo quer para com Cesar, quer para com os promotores dos direitos de uma falsa liberdade. Pensam que é absolutamente necessário seguir este caminho para suprimir as causas de conflitos, conciliar o Evangelho com o progresso da sociedade atual e restabelecer a ordem e a tranqüilidade, como se a luz pudesse unir-se às trevas e a verdade não fosse privada de sua natureza quando, ao ser curvada pela violência, se vê despojada de seu vigor natural.
“Este erro insidioso é mais perigoso que uma hostilidade aberta, visto que se recobre com o capcioso véu do zelo e da caridade; esforçando-vos por combatê-lo e empregando um cuidado assíduo em afastar dele os simples, é que extirpareis a raiz fatal das discórdias e trabalhareis eficazmente em proporcionar e manter a estreita união dos espíritos” (“Catolicismo”, nº 109, janeiro de 1960).