Quem foi Plinio Corrêa de Oliveira?
Plinio Corrêa de Oliveira iniciava sua vida pública em 1933, atuando como líder católico, especialmente nas Congregações Marianas, movimento de grande influência religiosa e expressão nacional em seu tempo.
Deputado Federal aos 24 anos, o mais votado para a Assembléia Constituinte de 1933, na legenda da Liga Eleitoral Católica (LEC), destacou-se desde jovem como grande orador, católico fervoroso. Mais tarde tornou-se brilhante diretor de O Legionário, o qual, em suas mãos, passou de folha paroquial da Igreja de Santa Cecília a órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo.
Kamikaze
Presidente da Liga Arquidiocesana da Ação Católica de São Paulo, soube ele discernir com muita antecedência os erros progressistas que começavam a se infiltrar de modo sorrateiro nas fileiras católicas. Tais erros ameaçavam a integridade moral e ideológica do povo fiel, caso se espalhassem sem encontrar em seu caminho uma denúncia vigorosa e precisa.
Assim, num lance de grande ousadia e coragem, denunciou os desvios que notara no seio da Ação Católica Brasileira – no livro Em Defesa da Ação Católica (1943).
Infelizmente, teve muito peso nessa campanha a atuação de destacados elementos do Clero da época, já então engajados no pré-progressismo, e no liturgicismo pós-modernista.
Anos depois ele qualificou a publicação do livro como uma operação kamikaze, mas hoje em dia estudiosos de várias universidades espalhadas pelo mundo, reconhecem o imenso papel que teve essa a denúncia de Plinio Corrêa de Oliveira, a qual constituiu um golpe mortal contra o liturgicismo e o progressismo então nascente.
A reação furibunda não se fez esperar.
Levantou-se contra ele uma campanha de perseguição sistemática e inclemente, no correr da qual ele foi sendo colocado, aos poucos, no silêncio e no ostracismo.
Em poucos anos, o grande orador e guia de multidões entusiasticamente aplaudido pelos católicos, ficara reduzido a liderar um pequeno grupo de nove pessoas.
Em 1949, após um pesado ostracismo, uma carta de elogio a seu livro, escrita em nome do Papa Pio XII, pelo então substituto do Secretário de Estado, Mons. João Baptista Montini, mais tarde Paulo VI, seria uma réstia de luz a iluminar o horizonte turbulento da polêmica e do ostracismo, e uma esperança de mudança na situação.
Catolicismo
Em 1951, sob a égide do então Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, Plinio Corrêa de Oliveira inspirou a fundação do jornal “Catolicismo”, hoje revista, através do qual divulgava a doutrina tradicional da Igreja e suas aplicações à sociedade e aos fatos, tudo em oposição aos erros que grassavam nos meios católicos e no mundo em geral. A difusão desses ideais permitiu aglutinar em torno de “Catolicismo” uma corrente de pensamento conservador e contra-revolucionário, numa época em que era bonito afirmar extravagâncias para parecer “moderno”. Em 1959, Plínio Corrêa de Oliveira expõe o conjunto das idéias que defende, de modo concatenado, num livro genial destinado a ter grande influência no Brasil e no Exterior, denominado “Revolução e Contra-Revolução”, verdadeiro tratado resumido de teologia e filosofia da História. No ano seguinte, em 1960, com o crescimento do Grupo, Plínio Corrêa de Oliveira, juntamente com seus fiéis amigos de todas as horas (*), fundou a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), destinada à atuação pública em defesa dos pilares da Civilização Cristã.
Pouco depois, a difusão desses ideais começou a fazer-se largamente pelo mundo, dando origem à fundação de associações co-irmãs e autônomas, inspiradas na obra de Plínio Corrêa de Oliveira.
A infiltração esquerdista nos meios católicos
O lobo torna-se mais perigoso quando travestido de ovelha. A Reforma Agrária socialista e confiscatória só poderia ter sucesso se contasse com o apoio e a aprovação da opinião pública católica, francamente majoritária naquela época. Foi então que, com a colaboração de dois bispos, D. Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina (MG) e D. Antonio Castro Mayer, Bispo de Campos (RJ), Plinio Corrêa de Oliveira escreveu o livro “Reforma Agrária, Questão de Consciência”, levantando o problema moral de que um católico não pode receber uma terra fruto de confisco. Sendo este um roubo praticado pelo Estado, é cúmplice do roubo quem recebe a terra confiscada e, portanto, estaria pecando contra o 7º e o 10º Mandamentos da Lei de Deus (“Não roubarás” e “Não cobiçarás as coisas alheias”).
Notando a existência de um crescente comprometimento de elementos do Clero e do laicato católico com o esquerdismo, mormente aqui no Brasil, Plinio Corrêa de Oliveira promoveu, em 1968, um abaixo-assinado a Paulo VI, pedindo medidas urgentes contra a infiltração esquerdista nos meios católicos. O êxito da iniciativa, que atingiu mais de 1.600.000 assinaturas em pouco tempo, era uma prova de quanto o povo católico repudiava essa guinada esquerdista em meios eclesiásticos.
Plínio Corrêa de Oliveira, pólo de pensamento e homem de ação
A atuação de Plínio Corrêa de Oliveira criou indubitavelmente um pólo inequívoco de pensamento, contrário ao comunismo em suas várias formas claras ou disfarçadas, em face do qual costumam situar-se tanto simpatizantes quanto oponentes. Sua produção intelectual é imensa. Escreveu numerosas obras, ensaios, manifestos, artigos, milhares de suas conferências foram gravadas e depois impressas.
Foi também um eficaz homem de ação: promoveu diversas campanhas, dentre as quais destacamos dois lances marcantes: o Manifesto de Resistência contra a política de distensão do Vaticano com regimes comunistas, em 1974, e o Manifesto de 6 páginas, publicado nos maiores jornais do Ocidente, em 1981, contra a autogestão socialista de Mitterrand, denunciando que esta não constituía uma barreira mas sim uma cabeça-de-ponte para o avanço do comunismo no mundo.